29.3.14

Sonhar, viver, e todo dia agradecer ♪

   

     Deito na cama, disposta por um amanhã melhor, rezo, agradeço a Ele, por mais um dia de vida. Duas cobertas, o suficiente. Virar para o canto, fechar os olhos e pronto. Livre de problemas, angústia, amor, saudade, e tudo que acontece no dia-a-dia.
     Seis da matina, e o alarme desperta.  Camiseta, calça jeans e All star. Mochila. Na mão, a identidade , uns trocados para condução, câmera, e celular.
Andando sempre direção Norte, Sul jamais. Oeste e Leste, de vez em quando sempre é bom, parar e aproveitar o que a vida nos proporciona.
     Pego o primeiro ônibus, mal vejo o seu destino. Passei pela catraca, e sentei no último banco da esquerda. Pelo vidro vejo um dia nublado, poucas pessoas na rua, ônibus com quase todos os bancos ocupados, horário de pico, pessoas com rotinas, preocupadas com o trânsito.
     Nesse vai e vem de São Paulo, mal falam bom dia, quem dirá perguntar se você está bem
     Porta abre, porta fecha. Uns descem, outros entram, uns puxam a cordinha, para parar no próximo ponto. Chega uma hora, em que só fica eu. O que resta, é descer. Olho para direita, para esquerda. Tento indentificar onde estou, mas no meu cérebro, só existe um ponto de interrogação. Peço informações para desconhecidos, nenhuma resposta concreta, apenas embaraça cada vez mais minha mente.
     Continuo andando, em direção Norte, é claro. Bússula, nunca tive vontade de comprar, GPS no celular até tem, mas só funciona com internet, porém aquele lugar onde todos se conheciam, menos eu, não tinha sinal para minha operadora. Passo em frente a uma praça, onde tem várias crianças brincando, sorriso no rosto, e algumas chorando, com um único motivo: tinham ralado o joelho. Deu vontade de ir lá, falar para elas aproveitarem esse momento, porque quando saírem da melhor fase da nossa vida, terá outros, piores, e mais dolorosos motivos para chorarem.
     Mas resolvi sentar em um banquinho de madeira que tinha lá. Inclinei a cabeça em sentindo ao céu, e comecei apreciá-lo, o sol estava surgindo, e meu olho começou a arder, então o fexei, porém continuei com a cabeça para cima. Acho que adormeci. 
     Acordei. Não estava mais naquele lugar. Ainda estava na minha cama. Abri os olhos e vi minha mãe, falando que era hora de levantar e ir para escola.





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